Convite da Festa de Nsa Sra da Guia de 2008 - Imagem intacta, sem mutilações.No ano passado (2008), já no finalzinho de julho, vésperas da Festa de Agosto, mandei um email para o amigo Jesus de Miúdo. Naquela ocasião, o email foi por ele publicado em seu blog (Link da postagem original:
http://acaridomeuamor.nafoto.net/photo20080729182731.html).
Como uma nova Festa de Agosto se aproxima, replico neste espaço a postagem mencionada, em que eu me referia a um livro que até hoje não canso de eventualmente folhear.
Desejo a todos os acarienses e devotos de Nossa Sra da Guia, uma boa Festa de Agosto, clamando por um pouco de respeito mútou entre conterrâneos. Julgo que a ocasião é sempre oportuna. Acari precisa de um pouco de paz e todos são responsáveis por ela. Se cada um fizer a sua parte e der um passo a frente, a distância se encurta e é possível alçançar a mão da pessoa que você alimenta mágoa, para um aperto.
Segue, abaixo, o conteúdo do email/postagem:
Estou terminando de ler, quase de uma pegada só, uma preciosidade que encontrei este final de semana em uma livraria local. Falo de um livro que deveria estar na cabeceira de todos os seridoenses. A obra-prima é “Velhos Costumes do Meu Sertão” de Juvenal Lamartine (*1874 +1956). Em 1954, já cego e afastado da vida pública, Juvenal passou a escrever, secretariado pelo neto que estivesse desocupado, para o jornal Tribuna do Norte. Essas matérias foram posteriormente condensadas nesse livro que é um retrato fiel do nosso passado, com grande semelhança com o presente.
O desenvolvimento, a interação e a miscigenação cultural, a alteração na valoração das coisas e dos costumes, provocaram grandes mudanças no dia-a-dia do sertanejo. Mas a essência permanece. A hospitalidade, a mesa farta, a busca pelo conhecimento, a obediência e respeito aos progenitores e muitas outras características seculares do seridoense, mudaram de forma, mas não de essência.
Achei interessante o trecho abaixo, no capítulo onde são abordadas as festas religiosas e populares, porque parece que neste caso não sofreu alteração alguma:
A festa religiosa de maior importância naqueles sertões era a da padroeira. Constava de nove noites de novena e da missa cantada com sermão no dia de seu encerramento. As novenas terminavam com fogos de artifício e girândolas de foguetões, dependendo a abundância desses fogos da liberalidade dos encarregados de cada noite festiva
Na sede da freguesia, abriam-se as “casas da rua” , onde ficavam seus proprietários, ou seja, os fazendeiros com suas famílias. As mulheres se valiam daqueles dias para exibirem as suas melhores “toilettes” e jóias de mais elevado valor. Na oportunidade da menor distância, os fazendeiros e suas famílias trocavam visitas, estreitando as relações de amizade e parentesco. Na última noite da festa, promoviam os rapazes um grande baile, onde habitualmente nasciam namoros e noivados, entrelaçando as velhas famílias sertanejas. O costume tem sobrevivido. A festa da padroeira ainda representa o ponto alto dos festejos sertanejos, modificada naturalmente pelos elementos da civilização – automóveis e a energia elétrica.
A diferença mais sensível é que ao invés de uma predominância na mudança das fazendas para a sede da freguesia, hoje ocorre a mudança de outras freguesias (já que a nação seridoense hoje está espalhada por todo o territorial nacional) para a sede dos festejos. Nossas “fazendas” de hoje são os ofícios diversos que a vida nos reservou e que em tempos de festa, abandonamos para comungar de momentos únicos de religiosidade e congraçamento.
Meu caro Pedro,
ResponderExcluirSeu blog foi indicado para receber o selo Blog de Ouro. Passe no mariacabocla e pegue o seu.
Um abraço,
Maria José Mamede
Meu amigo, nos vemos em Acari!!!até lá, abraço Ielton (Kbção) São Luis/MA - 1.500 km's de casa
ResponderExcluirCom certeza, Pedro! Muito se assemelha aos dias atuais, isso não mais nas fazendas, mas nas cidades, que festejam e atraem seus "filhos". Muito interessante!
ResponderExcluirBom dia!
Abraços
Célia