quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Corpo e a Alma


Com o seu fardo pesado
Distante do holofote
Sob o açoite do chicote
O corpo é martirizado
No tormento é afogado

Quando a carne é agredida
Mas mesmo a grave ferida
Não o torna um infeliz
Só condena à cicatriz
Da tortura recebida

Já a alma conduzida
Pelo açoite da riqueza
Perderá toda a nobreza
Numa vida reduzida
Quando a aura é seduzida
Pela gana obscena
A ferida que gangrena
Como chaga erosiva
Sangrará em alma viva
Sem nunca ter cura plena

A mais agressiva pena
Que podemos padecer
Não esgota o prazer
Da existência terrena
Mas se a alma se apequena
Em um árido deserto
Terá um destino certo
De embuste feiticeiro
Um escravo do dinheiro
Nunca estará liberto

(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)

7 comentários:

  1. Belíssimo cordel sobre este infindo combate do corpo contra a alma. Vc escreveu de corpo e alma.

    Adorei.

    Bjo.

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  2. Apesar de todo o sofrimento que passamos, nada tira nossa alegria de viver.
    Adorei seus versos.
    Abraços :-)

    P.S: não fique tanto tempo sem postar suas obras primas, elas são maravilhosas!

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  3. Pedro, bom dia!

    Encantada estou com a beleza de sua poesia. Concordo com o seu pensar. Parabéns!
    abraços,
    Célia

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  4. Muito bom, Pedrinho!!! E viva a vida....
    abraço Ielton

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  5. Lindo sol-post! Visite meu Sol... Tenha um ano novim em folha. Abç

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  6. Vc sumiu lá do blog.

    Tudo bem com vc?

    Abraço.

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  7. Olá, olá! Passando pra te desejar um feliz ano novo!
    Beijooooo!
    She.

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