Foto tirada no domingo (17/01), da estrada da Faz. Fortaleza, em direção a Serra da Rajada
Foto tirada no domingo (17/01), da estrada da Faz. Fortaleza, em direção ao nascente
Foto tirada no domingo (17/01), estrada que leva a Jardim do Seridó, da entrada do Bico da Arara, em direção a Serra da Rajada
Foto tirada no sábado (16/01), da estrada da prainha, em Gargalheira
Foto tirada no sábado (16/01), do Bar de Boinho, em Gargalheira
De chuvas, fauna e flora
Nos últimos dois finais de semana estive no Seridó. Já é possível contemplar a vida ressurgindo, literalmente, das cinzas. As chuvas caídas no final do ano e as demais chuvas esparsas que se precipitaram já este ano, como uma mágica, estão colorindo o cenário sombrio acinzentado. Da rodovia, é possível observar a explosão de vida que eventualmente atravessa o asfalto: preás, raposas e animais peçonhentos são os mais comuns, além da passarada. Mas no domingo (10/01) anterior ao domingo passado, após São Rafael e a caminho da BR 304 , em plena luz do dia do final de tarde, cruzou em nossa frente um gato do mato vermelho. Um animal difícil de se ver e bastante sagaz, que só tive o prazer de contemplá-lo uma única vez, a caminho do sítio, na estrada do Bico da Arara. O gato vermelho é parecido com um puma em miniatura. Lindo demais!
Então eu lembrava dos relatos (absurdos), que já escutei, de caçadores que apreciam o prato (crime), justificando que o mesmo tem uma carne saborosa, assemelhando-se ao sabor de galinha. E aí naquele momento eu pensava: - “Eu daria um galinheiro inteiro para que o gato desse uma paradinha, para que eu pudesse fotografá-lo.” Infelizmente só pude guardar o animal na lembrança, já que ao ver o carro, o mesmo mergulhou na mata, assim como na primeira ocasião.
Mas voltando ao assunto “chuva”, nos dois finais de semana as chuvas passaram bem perto da cidade (Acari), por vezes chuviscando, como ocorreu no domingo passado. As fotos acima foram tiradas no último sábado, em Gargalheiras, e no domingo, na saída para Jardim do Seridó.
Chuva
Gotas que caem do céu
Cortina que cobre o anil
Deslizando no vazio
Coloca doce no mel
Um afiado cinzel
Na habilidosa mão
Do experiente artesão
Que entalhará a vida
Sorri, a face sofrida
Força do frágil sertão
Penetra o solo sagrado
Que pisa o gado faminto
No campo, preto retinto
Brota o pasto encantado
Mesmo sem ser semeado
O verde recobre o chão
Milagre da criação
Obra-prima colorida
Sorri, a face sofrida
Força do frágil sertão
Seca a lágrima do rosto
Molhando a árida terra
Ornamentando a serra
Com o máximo bom gosto
Maltrata o corpo disposto
Calejando sua mão
Afago no coração
Que cura qualquer ferida
Sorri, a face sofrida
Força do frágil sertão
(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)