terça-feira, 2 de junho de 2009

Conduta Vedada



O poema abaixo é apenas uma ficção: um script de um filme de terror que passa na mente de todo pai de família, quando chega a sua hora de ir ao proctologista. Minha hora ainda não chegou.

Por mais que a situação seja constrangedora, não há justificativas para não fazer o exame. O câncer de próstata mata muito mais que se imagina e os seus principais aliados são o preconceito e a desinformação.

Curável quando detectada no início, essa doença atinge 8% dos homens com mais de 50 anos (algumas pesquisas indicam até 17%), que, caso não receba tratamento adequado e tempestivo, pode se espalhar para outras partes do corpo (metástases), tornando-se incurável.

Conduta Vedada

Em certa fase da vida
O respeito é um bem sagrado
Não pode ser profanado
De uma forma descabida
É hora de ser banida
Essa conduta vedada
Ter a honra profanada
Machuca o pai de família
Com tanta gente em Brasília
Merecendo essa dedada

Já bem na hora marcada
E eu aqui na espera
Para enfrentar a fera
Tal qual uma alma penada
Com a mente abalada
E com contrariedade:
É uma grande atrocidade
Me botar nesse papel
Com um requinte cruel
Pra um sujeito, nessa idade

É infinita maldade
Esse corredor da morte
Que meu coração suporte
Essa desumanidade
Mas se na realidade
Isso for para o meu bem
Preconceito não convém
Para que a sorte não mude
Fico com minha saúde
Prefiro dizer amém

(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)

PS: Com relação ao poema "Acauã", gostaria de esclarecer que, quando digo "...sentenciada e presa..." não me refiro à gaiola ou cativeiro. Na realidade se trata de sentido figurado do aprisionamento na fama de agourenta. Não tenho conhecimento da criação doméstica da ave, nem foi esse o sentido das minhas palavras.

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