terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Chuva


Foto tirada no domingo (17/01), da estrada da Faz. Fortaleza, em direção a Serra da Rajada

Foto tirada no domingo (17/01), da estrada da Faz. Fortaleza, em direção ao nascente

Foto tirada no domingo (17/01), estrada que leva a Jardim do Seridó, da entrada do Bico da Arara, em direção a Serra da Rajada

Foto tirada no sábado (16/01), da estrada da prainha, em Gargalheira

Foto tirada no sábado (16/01), do Bar de Boinho, em Gargalheira

De chuvas, fauna e flora

Nos últimos dois finais de semana estive no Seridó. Já é possível contemplar a vida ressurgindo, literalmente, das cinzas. As chuvas caídas no final do ano e as demais chuvas esparsas que se precipitaram já este ano, como uma mágica, estão colorindo o cenário sombrio acinzentado. Da rodovia, é possível observar a explosão de vida que eventualmente atravessa o asfalto: preás, raposas e animais peçonhentos são os mais comuns, além da passarada. Mas no domingo (10/01) anterior ao domingo passado, após São Rafael e a caminho da BR 304 , em plena luz do dia do final de tarde, cruzou em nossa frente um gato do mato vermelho. Um animal difícil de se ver e bastante sagaz, que só tive o prazer de contemplá-lo uma única vez, a caminho do sítio, na estrada do Bico da Arara. O gato vermelho é parecido com um puma em miniatura. Lindo demais!

Então eu lembrava dos relatos (absurdos), que já escutei, de caçadores que apreciam o prato (crime), justificando que o mesmo tem uma carne saborosa, assemelhando-se ao sabor de galinha. E aí naquele momento eu pensava: - “Eu daria um galinheiro inteiro para que o gato desse uma paradinha, para que eu pudesse fotografá-lo.” Infelizmente só pude guardar o animal na lembrança, já que ao ver o carro, o mesmo mergulhou na mata, assim como na primeira ocasião.

Mas voltando ao assunto “chuva”, nos dois finais de semana as chuvas passaram bem perto da cidade (Acari), por vezes chuviscando, como ocorreu no domingo passado. As fotos acima foram tiradas no último sábado, em Gargalheiras, e no domingo, na saída para Jardim do Seridó.


Chuva


Gotas que caem do céu

Cortina que cobre o anil

Deslizando no vazio

Coloca doce no mel

Um afiado cinzel

Na habilidosa mão

Do experiente artesão

Que entalhará a vida

Sorri, a face sofrida

Força do frágil sertão


Penetra o solo sagrado

Que pisa o gado faminto

No campo, preto retinto

Brota o pasto encantado

Mesmo sem ser semeado

O verde recobre o chão

Milagre da criação

Obra-prima colorida

Sorri, a face sofrida

Força do frágil sertão


Seca a lágrima do rosto

Molhando a árida terra

Ornamentando a serra

Com o máximo bom gosto

Maltrata o corpo disposto

Calejando sua mão

Afago no coração

Que cura qualquer ferida

Sorri, a face sofrida

Força do frágil sertão


(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)

4 comentários:

  1. Olá, olá! Feliz Ano Novo!
    É uma pena que a chuva, às vezes, seja sinônimo de destruição, mas muitas vezes tb é sinônimo de acalento para quem tem sede...gostei das fotos!
    Beijoooo
    She.

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  2. Legal, She!!! Um feliz Ano Novo pra você também!!! Realmente é um pena que às vezes as chuvas provoquem tantos danos... Mas nós, nordestinos do sertão, temos uma visão de quase idolatria pela chuva. E muitas vezes o grande culpado não é ela: é o homem que a desafia.

    Peço que, se tiver um tempinho, dê uma olhadinha na postagem abaixo, só para conhecer melhor minha visão da chuva:
    http://seridopintadocompalavras.blogspot.com/2009/03/dia-bom-e-dia-chuvoso.html

    Forte abraço!!!

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  3. Como tudo tem seu lado bom e ruim, com a chuva não é diferente. Mas é melhor falarmos só do lado bo Não posso deixar de comentar sobre as fotos, ficaram lindas; a paisagem é deslumbrante (e confesso que são assustadoras também, fico imaginado o aguaçeiro que veio depois disso).

    Adorei!!!

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  4. Belissimas fotos, como também ótimo comentários sobre a caçar de animais da natureza, para os caçadores todos os animais tem o sabor de galinha, sobre a chuva sou acariense e sei da alegria do povo ao cai os primeiro pingo do céu, e atualmente estou conhecendo a beleza, força da natureza que assusta pelo tamanho, no MA e Sul do Pará, rios Tocantis e Araguaia, a barragem de Tucuri/PA, amigo nunca tinha visto tanta água na minha vida, abraço Ielton (São Luis/MA)

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