segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cavalgada


Cavalgando pelas serras
Viajo no pensamento
Relembro cada momento
Que o meu peito desenterra
Tem memória que emperra
Dando um nó na goela
Quando o passado revela
Coisas que não voltam mais
Nem retornarão jamais
Entes que a saudade vela

Vou me ajeitando na sela
E tocando a cavalgada
Em ano de invernada
A perfeição se revela
Cada planta dá uma tela
Na mente de um artista
Ou a capa da revista
Que valora a natureza
É um furo de beleza
Aos olhos do jornalista

Um bêbado equilibrista
Topando de frente a grota
Sentindo o medo que brota
Quando o risco está à vista
Uma canção que o flautista
Nunca conseguiu tocar
A cantiga de ninar
Que a materna voz entoa
A natureza ressoa
No canto do sabiá

(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)

5 comentários:

  1. Toda canção da terra é saudosista, e tão, tão bonita. Tbm me tocou fundo o seu canto.

    Beijo.

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  2. Veredas... Caminhar por essas terras. E a serra da Rajada? Saudade de Acari, das serras fechando as águas.

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  3. A Natureza mais uma vez é inspiração para suas poesias, e ficou tão bela quanto as outras.
    Adorei!!!

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  4. A inspiração aflora, quando o poeta está inserido naquilo que admira, que ama. Lindíssima construção poética.
    Afetuoso abraço
    Célia Medeiros
    Mossoró-RN

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  5. Caro Pedro, saudades de suas belas construções poéticas.

    Um afetuoso abraço,

    Celia Medeiros
    Mossoró-RN

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