segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tempo


Foto: Vídeo Foto Galvão - Acari (RN)

A bela foto postada, de autoria de Dedé de Seu Milton Fotógrafo, não tem nada a ver com o poema. Na realidade é só para atender a um pedido que recebi, por email, de um outro Milton: o amigo cruzetense Milton Simão. Ele reivindica: "...estou sentindo falta de suas reportagens/poemas. Já virou paisagem aquela cara de quem vai e foi examinado pelo lado sul, postada em seu blog. Tire-a, por favor. Deixe as serras e os pássaros." Portanto, o objetivo da foto é, tão somente, tornar a "cara" menos visível.

Tempo

Tempo, senhor da verdade
É um carrasco cruel
Aos pouquinhos, tira o mel
E o vigor da mocidade
Inimigo da vaidade
Quando a idade acelera
O que agora exubera
No futuro se defasa
Onde outrora foi casa
Hoje jaz uma tapera

Toda tecnologia
Será logo ultrapassada
Sendo desconsiderada
Em um passe de magia
O que hoje principia
Mais à frente, não impera
O futuro não tolera
Pois o desuso empraza
Onde outrora foi casa
Hoje jaz uma tapera

Quem pensa que é imortal
E se mantém orgulhoso
Achando-se poderoso
No apego material
Nunca vê nenhum sinal
Que o tempo pra ele gera
Indicando que esta era
Passa logo e não atrasa
Onde outrora foi casa
Hoje jaz uma tapera

Conformação não terá
Quem adora a si mesmo
Caminhará só, a esmo
Quando seu tempo passar
O baque que levará
Quem o presente venera
Se não mata, desespera
A auto-estima arrasa
Onde outrora foi casa
Hoje jaz uma tapera

(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)

2 comentários:

  1. Posta de forma muito inteligente essa poesia...realmente o Tempo é o senhor da verdade!!!

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  2. Realmente, grandes verdades. O tempo, às vezes, cruel, mas em outras, confortador. Cabe a cada um, usá-lo para engrandecimento interior; assim, quanto mais o tempo passar, mais terá riquezas acumuladas.
    Grande abraço,
    Célia Medeiros

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