domingo, 23 de agosto de 2009

Tempo III


Eu, José Gentil, Tetê, Maria Júlia e Luiza no Desfile do Agricultor, de Acari, realizado em 08/08/2009.

Luiza Gabriela(frente), Tetê e Maria Júlia (atrás) no Desfile do Agricultor , de Acari, realizado em 08/08/2009.

Luiza Gabriela no Desfile do Agricultor de Acari, ocorrido em 2000.


Luiza Gabriela, no dia da realização do primeiro (ou segundo) Desfile do Agricultor, em 1994. Foto tirada nas proximidades do parque de vaquejada.

Gostaria de enfatizar a grandiosidade do Desfile do Agricultor deste ano. Estiveram presentes no desfile um total de 310 vaqueiros a cavalo, com representações vindas de Currais Novos, São Vicente, Florânia e Carnauba dos Dantas. Com certeza foi o maior desfile já realizado em Acari, proporcionando um belo e organizado espetáculo.

Tempo III

É marcante, a lembrança
Do que ontem era eterno
Tal qual um forte inverno
Que o verão logo alcança
Só nos resta a esperança
Que o coração se eduque
E que o passado caduque
Aceitando o que lhe falta
Quando a saudade se exalta
Rogo que pouco machuque

A existência é um truque
E a todo instante nos prega
Quando a saudade rega
O coração faz batuque
Tanto ao plebeu, quanto ao duque
O tempo lhes é fugaz
Não traz a vida quem jaz
Nem refaz nenhum momento
O tempo é como um vento
Que conduz o barco ao cais

O passado é capaz
De nos guiar no futuro
Deixa o homem maduro
Mas totalmente incapaz
De uma absoluta paz
Quando a melancolia
Com o tempo, irradia
Invadindo o coração
Então o pobre cristão
No pranto se refugia

A saudade que ardia
De uma infância remota
É o espinho que brota
E que nunca alivia
Seguindo na rodovia
Que nossa vida transcorre
Nunca o passado morre
Mas, também, não ressuscita
O tempo que nos irrita
É o mesmo que nos socorre

O presente que escorre
Quando o tempo se avexa
É uma afiada flecha

Que em nossa carne percorre
Quando a consciência ocorre
Quê o que pra trás ficou
Quando o tempo andou
Já se foi, não volta mais
Só sossegará em paz
Quem, da vida, não gozou

Tudo que, no mundo, amou
Nunca será esquecido
Poderá ser reduzido
À cicatriz, que deixou
Dos momentos que passou
O tempo é o solvente
Com efeito adstringente
Sintoma colateral
Fermento posto no sal
De uma saudade latente

(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)

2 comentários:

  1. O tempo lhe inspira, conduzindo a poesias maravilhosas...
    Parabéns, e que a inspiração continue por todo tempo, para que possamos ler suas poesias, que são sempre bem produzidas.

    Abraço...
    Kelly!!!

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  2. Cara é impressionante, das fotos de sua filha infancia x juventude, você consegue escreve a belissima poesia, Parabéns!!!! Muito bom, nos faz pensar e viajar na nossa vida.

    Abraço.

    Ielton

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