quarta-feira, 9 de junho de 2010

Garganta da Morte



Foto baixada do Orkut de Chaguinha de Gabriel: uma belíssima e assustadora imagem de Gargalheira.

Como quem dar um belisco
No seu próprio fenecer
Num estranho entorpecer
O homem se entrega ao risco
Parece que há um confisco
Da sua razão febril
Um encantamento vil
Na ilusão de vencer
O fascínio do poder
Compõem enredo sombrio

Uma vida por um fio
Bem na garganta da morte
Na corda bamba da sorte
Brincando com fogo hostil
A coragem infantil
Tem na inocência, abrigo
Ignorando o perigo
Numa sedução final
Delira que é imortal
Forjando o próprio jazigo


(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)

5 comentários:

  1. Bonito poema sobre uma imagem incrível, gostei!

    Beijos.

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  2. Nossa que foto bela, e que perigo essas pessoas nesse barco passaram, realmente a imagem mostra a vida deles por um fio. Linda poesia, descreveu com exatidão a imagem.
    Adorei...
    Abraço, Kelly!

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  3. Ambos, assombrosamente lindo e real.

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  4. Ielton C. Dantas - São Luis/MA13 de junho de 2010 às 11:48

    Cara poesia que relatar 100% da inrresponsabilidade quando jovem, "Brincando com fogo Hostil e na ilusão de vencer", seja pulando da varada de gargalheiras sagrando, da ponte em Acari, etc..., abraço Ielton

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  5. Fiquei com um frios na barriga só em ver essa foto. "É a vida por um fio" mesmo, é brincar com fogo.
    As poesias estão cada vez melhores.

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