Totalmente indefeso
No ventre da inimiga
O corpo que o abriga
Por ele só tem desprezo
Deveria estar ileso
No seu desenvolvimento
Recebendo o provimento
Dentro de uma fortaleza
Com infinita nobreza
E total desprendimento
Tendo outras opções
Pra evitar gravidez
Se pratica a insensatez
Na maior das agressões
Um covil de leões
É o corpo infanticida
Que põe fim a uma vida
Em vez de a defender
Soube muito bem fazer
Arranje outra saída
Sem a proteção materna
Não lhe resta alternativa
Solução definitiva
Dentro da visão moderna
Um crime que não consterna
Quem devia só cuidar
Se dispõe a praticar
O aborto ilegal
Exacerbação do mal
E covardia sem par
Não há justificativas
Para uma barbárie dessas
Atitude que confessa
Nossa força destrutiva
Em uma ação furtiva
Que o feto predestina
A ligação vitalina
Pois o ser que é vitimado
Além de estar desarmado
Não vive sem a assassina
(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)
PS: Gostaria de enfatizar que sou absolutamente a favor do aborto legal. Nos casos previstos em lei, quando a vida da mãe está em risco, a prioridade deve ser preservar a vida da mãe. Não defendo, nem sou favorável a posição do bispo pernambucano que excomungou os responsáveis pelo aborto na menina de 9 anos, mas tenho receio que aquela infeliz declaração do religioso possa ser usada a favor da banalização da prática. A igreja está correta em tentar preservar a vida, mas o bispo, na minha humilde visão, totalmente errado em opinar sobre a inexistência de risco de vida naquela gestação. Assim como Lula não está gabaritado para opinar sobre religião, ele também não tem embasamento para opinar sobre medicina.
Valeu Pedro! Você enriquece, ainda mais, seu blog com poesias sobre assuntos atuais e polêmicos como é a questão do aborto. Também sou a favor da legalização do aborto, não só no caso da vida da mãe está em risco, mas também quando a gravidez é oriunda de estupro, permanecendo ilegal para os demais casos.
ResponderExcluirBeleza, Aline! Minha posição é exatamente igual a sua.Fora esses casos, só naqueles onde comprovadamente o feto não terá sobrevida fora do útero, como bebês acéfalos. Com relação ao estupro, acho que a medicação já deveria ser administrada no dia seguinte à ocorrência.
ResponderExcluirMeu caro,
ResponderExcluirO seu texto-comentário sobre o gesto irresponsável do arcebispo de Olinda pareceu-me pertinente.
Um abraço.