Tem gente que é desprovida
Da mais tênue sapiência
Sem nenhuma inteligência
Para ser desenvolvida
A mente é combalida
Seu juízo tem cancela,
Cadeado e taramela
Seu raciocínio falha
Quem nasceu para cangalha
Nunca vai chegar a sela
Aquele que discrimina
Alguém pela sua cor
Que julga não ter valor
Pela origem nordestina
É o mesmo que abomina
Quem carrega uma sequela
Ou do idoso não zela
Reservando a migalha
Quem nasceu para cangalha
Nunca vai chegar a sela
O eleitor que se vende
Renuncia o poder
Do direito de eleger
Seu papel não compreende
Por isso não surpreende
Quando ele a urna mela
Vota em galã de novela
Ou outro que não trabalha
Quem nasceu para cangalha
Nunca vai chegar a sela
Mesmo que a atitude
Tenha efeito bumerangue
A tolice tá no sangue
E não permite que mude
Por mais que o sujeito estude
A sandice não debela
E o caráter se revela
Nas asneiras que espalha
Quem nasceu para cangalha
Nunca vai chegar a sela
(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)
PS: O raciocínio da poesia só é válido para asininos humanos. A foto (domingo 29/03) mostra uma dupla de jumentos que largaram a cangalha, passaram pela sela e hoje estão curtindo a belíssima praia de Ponta do Mel.
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