Muita coisa nessa vida
Eu já me acostumei
Quantas vezes, já troquei
Caseira e boa comida
Na jornada, mais corrida
Em vez de um prato gostoso
Um sanduíche oleoso
Enganando a barriga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Sendo preciso, até uso
Sapato, terno e gravata
Um trabalho burocrata
Exerço, mas sou intruso
Mesmo ficando confuso
Persisto, pois sou teimoso
Se o futuro é duvidoso?
Comigo, não tem fadiga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Quantas vezes, já troquei
Caseira e boa comida
Na jornada, mais corrida
Em vez de um prato gostoso
Um sanduíche oleoso
Enganando a barriga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Sendo preciso, até uso
Sapato, terno e gravata
Um trabalho burocrata
Exerço, mas sou intruso
Mesmo ficando confuso
Persisto, pois sou teimoso
Se o futuro é duvidoso?
Comigo, não tem fadiga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Pode dizer que sou feio
Que tenho a pá virada
Que não pego na enxada
Todo doido, eu chateio
Se tem farra, eu tô nomeio
Num papel de criminoso
Diga que não sou cheiroso
Eu tolero, sem intriga
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Que tenho a pá virada
Que não pego na enxada
Todo doido, eu chateio
Se tem farra, eu tô nomeio
Num papel de criminoso
Diga que não sou cheiroso
Eu tolero, sem intriga
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Separo-me da cachaça
Saio da mesa de jogo
Voto em um demagogo
Aceito a ameaça
Até suporto a pirraça
Tolero o calunioso
Tudo que for prazeroso
Desisto, sem fazer figa
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Saio da mesa de jogo
Voto em um demagogo
Aceito a ameaça
Até suporto a pirraça
Tolero o calunioso
Tudo que for prazeroso
Desisto, sem fazer figa
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Eu esqueço a panelada
Abandono a paçoca
Desprezo a tapioca
Saio fora da buchada
Passo sem a imbuzada
Que é um doce apetitoso
Mesmo sendo um guloso
Empestado de lombriga
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Abandono a paçoca
Desprezo a tapioca
Saio fora da buchada
Passo sem a imbuzada
Que é um doce apetitoso
Mesmo sendo um guloso
Empestado de lombriga
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Deixo a vida de gado
Abandono a vaquejada
Topando qualquer parada
Presente vira passado
Pra trás fica um legado
Recordo, por ser saudoso
Um tesouro precioso
Que a minha alma instiga
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Abandono a vaquejada
Topando qualquer parada
Presente vira passado
Pra trás fica um legado
Recordo, por ser saudoso
Um tesouro precioso
Que a minha alma instiga
Só não aceito que diga
Que ruim é dia chuvoso
Tem coisa pior no mundo
Que um engarrafamento
Um sujeito num jumento
Ultrapassa num segundo
E o tal do submundo?
Tem um prisma assombroso
Um mundo inescrupuloso
Que a desgraça é uma cantiga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
O sujeito faz a casa
Bem em cima de um morro
Pra logo pedir socorro
Quando a chuva tudo arrasa
Mais seguro, é em Gaza
Mesmo sendo belicoso
Parece falacioso:
Um chuvisco desabriga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Erguem uma comunidade
Bem no meio da lagoa
Só devia ter canoa
Onde avança a cidade
A pura realidade
É que o homem é buliçoso
Seu agir, é desastroso
Com a natureza litiga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Que um engarrafamento
Um sujeito num jumento
Ultrapassa num segundo
E o tal do submundo?
Tem um prisma assombroso
Um mundo inescrupuloso
Que a desgraça é uma cantiga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
O sujeito faz a casa
Bem em cima de um morro
Pra logo pedir socorro
Quando a chuva tudo arrasa
Mais seguro, é em Gaza
Mesmo sendo belicoso
Parece falacioso:
Um chuvisco desabriga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Erguem uma comunidade
Bem no meio da lagoa
Só devia ter canoa
Onde avança a cidade
A pura realidade
É que o homem é buliçoso
Seu agir, é desastroso
Com a natureza litiga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
A água é dona da vida
Ela merece respeito
Preservando o seu leito
E não sendo obstruída
Terá livre a saída
Para um rio caudaloso
Em dia tempestuoso
Contra ela, não se briga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Cheiro de chuva, convida
A um banho de goteira
S'ela não for passageira
E não sendo comedida
Como que seja aspergida
Das mãos de Deus, generoso
Um milagre aquoso
Que a nossa alma, irriga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso *
Ela merece respeito
Preservando o seu leito
E não sendo obstruída
Terá livre a saída
Para um rio caudaloso
Em dia tempestuoso
Contra ela, não se briga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso
Cheiro de chuva, convida
A um banho de goteira
S'ela não for passageira
E não sendo comedida
Como que seja aspergida
Das mãos de Deus, generoso
Um milagre aquoso
Que a nossa alma, irriga
Só não aceito que diga
Que ruim, é dia chuvoso *
(Pedro Augusto Fernandes de Medeiros)
(*) Poema publicado no blog Acari do Meu Amor, em 16/01/2009, sem as estrofes 3, 4, 5 e 6.
http://acaridomeuamor.nafoto.net/photo20090116204618.html
Amei! Vim aqui conforme vc me pediu e não me arrependi, minha família é do Nordeste e sei dos noticiários da seca por aí, sei o qto a chuva é fundamental, mas sei tb que a natureza tem respondido, ou melhor, reagido às ações que ela sofre pelo homem.
ResponderExcluirAqui no Rio, nessa época do ano, tem chuvas horríveis no final do dia, de alagar tudo e desabrigar vários, em SP nos últimos dias e como todos os anos, o dia qdo vira noite todos se apavoram, pois é prenúncio de catástrofe.
Mas muito do que acontece o único responsável é o homem sim, pois entre vários fatores ainda fazem construções onde não é para se construir e insitem tendo como retorno o fim de suas vidas ou/e dos seus...
Confesso ter uma adoração pela chuva e pelos temporais, eles me fascinam, não sei explicar, mas prefiro qdo não tenho que fugir deles no meio da rua, pois odeio guarda-chuva(rsrs).
Beijos!
She.