sábado, 14 de março de 2009

Dia Nacional da Poesia


Aparício Fernandes

Neste dia nacional da poesia, que foi criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, gostaria de trazer a obra prima Oração do Poeta, do ilustre acariense Aparício Fernandes. Nascido em em 1934, filho de José Fernandes de Oliveira e Verônica Fernandes de Oliveira, passou a infância e parte da adolescência na cidade de Macau (RN). Radicado no Rio de Janeiro, desde 1952, colaborou em jornais, revistas e emissoras de rádio, inclusive redigindo durante muitos anos um programa de divulgação de trovas para a Rádio Globo. A convite de Gilson Amado, integranda a sua famosa "Universidade sem Paredes". Apresentou, durante algum tempo, na antiga TV Continental, do Rio de Janeiro, um Programa em que entrevistava intelectuais. Falaceu em 1996, tendo deixado uma vasta obra literária e sendo considerado por muitos, como um verdadeiro mito, no mundo da trova.

Oração do Poeta

Obrigado, senhor, pela música - mensageira da harmonia – que nos enternece a alma; pela água cristalina, pela esperança que anima os corações e pelo amor, que dá sentido a vida. São dádivas vossas: a solidariedade, o riso das crianças, a ternura das mães, a sabedoria da natureza, a justiça, o perdão, o remorso, que regenera os maus, e o próprio erro, quando induz a verdade, temos o mar, o céu, a terra dadivosa, os animais que tanto nos servem, as flores - que são estrelas da terra - e as estrelas - que são as flores do céu. Destes ao homem o milagre da mente, a sublimidade do coração e a mediunidade da inspiração, através da qual transportamo-nos ao infinito. Pusestes ao nosso lado milhares de homens que enobreceram a vida com o exemplo de suas ações. Obrigado pelos mestres da pintura, da música, da escultura, e pelas geniais criações literárias que nos enriquecem o espírito. Obrigado pelos cientistas que se curvam em seus laboratórios, buscando soluções para minorar os males que nos afligem. Obrigado também pelos inventores, os quais, guiados pela vossa mão, são arautos do progresso. Mas, sobretudo, obrigado, senhor, pela poesia, que é o conjunto de todas essas maravilhas e a revelação suprema do vosso amor. Obrigado por ter-me feito sensível à face resplandecente da vossa beleza. Que chegue até vós a nossa gratidão, porque vos dignastes ser o maior de todos os poetas!

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